Você já ouviu falar em Síndrome de Ansiedade de Separação? Também conhecida pela sigla SAS.
A SAS é um distúrbio que leva o pet (cão ou gato) a ter um nível de ansiedade prejudicial à saúde, caracterizado por um medo anormal e profundo em se separar de uma pessoa, ou outro animal, ao qual ele é extremamente apegado.
Os sinais de ansiedade começam quando o pet percebe que o indivíduo, objeto de seu apego, vai se ausentar, mesmo antes do afastamento real acontecer. Ele chora, treme, o segue, fica ofegante, tenta impedir sua saída ou se esconde.
Esse grande e verdadeiro sofrimento pode ser expresso em dois extremos.
De um lado o pet pode apresentar hiperatividade, agitação, destruição e vocalizações exacerbadas.
De outro, comportamentos depressivos, automutilação, defecação e micção em locais impróprios (muitas vezes na cama do indivíduo), apatia (como não comer ou beber água na ausência da pessoa com a qual foi criada uma dependência patológica).
O tratamento é feito com terapia comportamental, manejo ambiental e em muitos casos é necessária a utilização de fármacos.
Mas como evitar?
Para isso precisamos entender como a SAS acontece. Ela pode ser decorrente de motivos como:
- um trauma, como um evento assustador (terremoto, explosão, invasão);
- alteração brusca no estilo de vida (como mudança de casa ou de família);
- uma mudança repentina na rotina (chegada de um bebê, falecimento de uma pessoa);
- hiper apego a alguém (geralmente ao tutor);
- questões relacionadas à saúde;
- idade avançada.
Para evitar é importante estimular a independência e autonomia do pet, seja ele cão ou gato.
Como podemos fazer isso?
- Não chame seu pet para te seguir em todos os lugares
- Ofereça brinquedos que ele possa se divertir sozinho
- Sempre deixe coisas legais para ele fazer na sua presença
- Ofereça atividades especiais quando você estiver ausente
- Não interaja com ele o tempo todo que estiverem juntos
- Não o hiperestimule na sua presençca
- Espere seu pet se acalmar para interagir com ele quando você chegar em casa
Proporcione a seu pet três situações distintas do dia a dia quando você estiver em casa:
- Momentos onde você está presente e interage com ele – brincar, conversar, manipular…
- Momentos onde você está presente e não interage com ele – você está vendo TV, cozinhando, falando ao telefone, lendo um livro.
- Momentos onde você está ausente e não interage com ele – quando está no banheiro e fecha porta deixando-o do lado de fora.
Não interagir com o pet, com você em casa ou não, é diferente de deixa-lo sem nada para fazer. Nessas situações é necessário sempre oferecer atividades adequadas, para que ele tenha opções de escolha entre interagir ou não. Não querer fazer nada é bem diferente de não ter nada para fazer.
O enriquecimento ambiental é uma ótima opção de escolha para proporcional a seu pet uma interação saudável e independente. Nessas interações é importante que ele possa apresentar comportamentos naturais da espécie como roer, destruir, morder, perseguir, investigar.
É responsabilidade de nós, enquanto tutores, oferecer possibilidades e alternativas para que nossos pets tenham uma vida mais autônoma e independente.
E é reponsabilidade de nós, enquanto comportamentalistas, orientar tutores sobre como evitar possíveis transtornos comportamentais em nossos pets. Não apenas porque isso possa nos incomodar, mas porque é muito prejudicial aos nossos amigos de quatro patas, pois eles realmente sofrem, tanto física quanto psicologicamente.
E lembre-se de exercitar a empatia colocando-se emocionalmente no lugar do outro, imaginando como ele se sente em determinada situação. Isso vai ajudar você a entender melhor o comportamento do seu estimado amigo.